A crioterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza o frio como forma de tratamento em diversas condições clínicas. Por meio do uso controlado de baixas temperaturas, essa técnica tem mostrado benefícios significativos no alívio da dor, redução da inflamação e aceleração da recuperação. Neste artigo, exploraremos a definição da crioterapia, seus aspectos históricos e sua aplicabilidade clínica atual.
A crioterapia, literalmente “terapia a frio”, envolve a aplicação controlada de temperaturas baixas em áreas específicas do corpo. Essas temperaturas podem ser alcançadas por meio de diversas modalidades, como banhos de gelo, compressas geladas, criocirurgia ou câmaras de crioterapia. A duração e a intensidade da exposição ao frio variam de acordo com o objetivo terapêutico e a condição clínica tratada.
Os benefícios terapêuticos do frio têm sido reconhecidos desde a antiguidade. Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, já utilizava a crioterapia para reduzir a inflamação e o inchaço. Ao longo dos séculos, essa abordagem evoluiu e se tornou parte integrante de várias culturas e práticas médicas.
No século XIX, o médico francês François Fourneau cunhou o termo “crioterapia” e desenvolveu técnicas para o tratamento de doenças através do frio. No entanto, foi somente no século XX que a crioterapia começou a ser estudada cientificamente e incorporada à prática clínica de forma mais sistematizada.
- a.C. gregos e romanos usam neve e gelo natural p/ tratamento médico.
- 1800 são escritos artigos sobre crioterapia; é fabricada a primeira máquina de gelo; compressas são auxiliares em cirurgias.
- 1940 – uso do frio nos primeiros 30 minutos da lesão aguda e compressas quentes após 30’.
- 1950 – 1960 – pesquisas sobre alterações do fluxo pelo calor; uso da criocinética em músculos espásticos; frio por 24 a 72 hs a pós lesão.
- 1960 – 1970 treinadores usam frio até 72 hs pós lesão e calor em seguida; proposta teoria da VDIF para explicar sucesso da criocinética.
- 1970 – 1990 – pesquisas sobre o efeito das mudanças de temperatura são realizadas, teoria da “hipóxia secundária” é introduzida por Knight; comprova-se que a VDIF é incorreta para explicar o sucesso da criocinética.
O uso da neve como tratamento terapêutico, conhecido como crioterapia com neve, tem sido praticado há séculos em várias culturas ao redor do mundo. A neve, por sua natureza gelada e sua capacidade de resfriar rapidamente os tecidos, oferece uma forma natural e eficaz de aplicar frio terapêutico em diferentes áreas do corpo.
A crioterapia com neve geralmente envolve a aplicação direta da neve ou de compressas frias feitas com neve triturada sobre a área afetada. Esse método é frequentemente utilizado para tratar lesões musculoesqueléticas, como entorses, distensões e contusões, bem como para aliviar a dor e a inflamação associadas a essas condições.
Ao entrar em contato com a pele, a neve causa uma rápida vasoconstrição dos vasos sanguíneos superficiais, o que ajuda a reduzir o fluxo sanguíneo na área afetada. Isso resulta em uma diminuição da dor e do inchaço, além de ajudar a limitar a propagação de lesões ou hematomas.
A crioterapia com neve também pode ser benéfica para aliviar a dor em outras condições, como artrite, dores de cabeça e enxaquecas. A aplicação da neve sobre a área dolorida pode ajudar a adormecer os nervos, proporcionando um efeito analgésico temporário e um alívio imediato.
Além disso, a crioterapia com neve tem sido utilizada em contextos esportivos para ajudar na recuperação muscular pós-treino ou pós-competição. A aplicação de neve fria nos músculos cansados ou lesionados ajuda a reduzir a inflamação, aliviar a fadiga e acelerar a recuperação, permitindo um retorno mais rápido à atividade física.
É importante ressaltar que, ao utilizar a neve como forma de crioterapia, é necessário ter cuidado para evitar a exposição prolongada ao frio extremo, o que pode causar danos à pele, como queimaduras por frio. É recomendado o uso de compressas frias feitas com neve, em períodos curtos de aplicação, alternando com períodos de repouso, para evitar complicações.
A crioterapia é amplamente utilizada na prática clínica em diversas áreas da saúde. Na ortopedia e na medicina esportiva, é comumente empregada para o tratamento de lesões musculares, entorses, tendinites e contusões. A aplicação do frio ajuda a reduzir a dor, o inchaço e a inflamação, além de promover a recuperação muscular mais rápida.
Além disso, a crioterapia também tem aplicação na dermatologia, sendo utilizada no tratamento de condições como verrugas, cicatrizes hipertróficas e dermatite atópica. A exposição controlada ao frio pode ajudar a melhorar a circulação sanguínea, a regeneração celular e a resposta imune local.
Outra modalidade em ascensão é a criocirurgia, na qual o frio é utilizado para destruir tecidos indesejados, como tumores cutâneos benignos e pré-cancerígenos. Essa técnica minimamente invasiva oferece resultados eficazes com tempo de recuperação mais rápido e menos complicações em comparação com procedimentos cirúrgicos tradicionais.