A importância do Controle de Temperatura Corporal
Todo profissional da saúde precisa conhecer a fisiologia do controle da temperatura corporal com detalhes, pois trata-se de um sinal vital, parâmetro esse que precisa ser avaliado e considerado a cada atendimento. Cabe ressaltar, que é um assunto que adoro abordar e ministrar nas minhas aulas, pois foi tema da minha primeira aula de graduação (que foi traumática!!!), e finalmente destacar mais uma vez a importância do tema na área de saúde, principalmente aos fisioterapeutas que tratam pacientes vulneráveis a alterações desse sinal vital. O fisioterapeuta que trabalha com esporte, idosos, gestantes, pacientes com sequelas neurológicas, pacientes internados em terapia intensiva… precisa conhecer a Fisiologia do Controle da Temperatura Corporal para tomadas de decisões, orientações e principalmente a prescrição das modalidades terapêuticas relacionados ao calor, frio e movimento.
FATORES DO CORPO HUMANO QUE FAVORECEM A PRODUÇÃO DE CALOR
- O exercício pode aumentar o metabolismo (produção de calor) em até 50 vezes.
- O aumento da produção de T4 (tiroxina)
- A liberação de substâncias calorigênicas, ocasionada por estipulação simpática.
- O metabolismo basal, definido pela energia necessária para as atividades de vida diária.
A temperatura corporal pode ser dividida em temperatura corporal interna ou central e temperatura corporal externa e periférica. A temperatura corporal periférica tem uma relação direta com o meio ambiente e obviamente é menor que a temperatura interna por conta dessa relação. A temperatura corporal interna segundo o Tratado de Fisiologia Médica tem uma média de 36,5 C, podendo variar de 0,6 C para cima ou para baixo, ou seja, entre 35,9 C e 37.1 C, faixa de temperatura que deve ser considerado um padrão de normalidade na mensuração axilar. Cabe destacar, que a mensuração sublingual e retal possui valores de referência maiores, pois são regiões extremamente vascularizadas, e que favorecem uma maior temperatura, tanto que são excelentes vias de absorção medicamentosa. A manutenção dessa temperatura central em torno de 36,5 C depende do EQUILIBRIO TÉRMICO.
O equilíbrio térmico tem uma relação direta entre a produção de calor e a perda de calor. Dois exemplos clássicos: o filme Titanic dirigido por James Cameron, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet (lembra???), então, nesse caso a perda de calor sobressaiu sobre a produção de calor a ponto de ser incompatível com a vida… Outro exemplo comum são pessoas que realizam atividade física com excesso de roupa ou com agasalhos (principalmente em climas quentes) … Nesse caso a produção de calor predomina enquanto o excesso de roupa se torna um isolante para dissipação de calor. Poderíamos discutir vários exemplos, como o de atletas que praticam esportes que considera o peso corporal para categorizar a prática. Em algumas situações como essa, que o atleta precisa perder alguns quilos em um espaço curto de tempo, algumas atitudes radicais as vezes são tomadas por preparadores físicos, treinadores ou pelos próprios atletas, atitudes essas que favorecem o excesso de produção de calor e que podem ser prejudiciais se não existir um planejamento prévio e um acompanhamento.
Atualmente as bandagens frias utilizadas na área de estética, são motivos de controvérsias, e podem favorecer uma perda de calor excessiva. O organismo possui mecanismos que favorecem a produção de calor ou a perda de calor de acordo com as necessidades ambientais, laborais, esportivas ou patológicas. O corpo humano pode passar por duas situações: RESFRIAMENTO ou SUPERAQUECIMENTO, e as decisões tomadas estão ligadas diretamente a uma estrutura localizada no sistema nervoso central, mais especificamente no diencéfalo chamada hipotálamo. O hipotálamo dentre várias funções é considerado o centro termorregulador do corpo humano (“termostato” – entre aspas).
Em uma situação de resfriamento o corpo o humano precisa evitar a perda de calor e aumentar a produção de calor. Para evitar a perda de calor acontece a piloereção, vasoconstrição periférica e a abolição da sudorese. Destaco a vasoconstrição periférica, pois, a circulação é considerada um sistema radiador no processo. Com a vasoconstrição ocorre a diminuição do fluxo e consequentemente a retenção do calor no organismo em maior proporção. Na situação de superaquecimento é simples: ocorre vasodilatação generalizada e sudorese, ou seja, situações que promovem a perda de calor. No frio sofremos mais, o frio incomoda mais, as pessoas se protegem mais do frio… nós temos três receptores de frio para um receptor de calor, além disso, a diferença da temperatura da pele para a temperatura ambiente fria faz com que o receptor de dor capte esses estímulos como uma agressão.
Trata-se de uma temática importante para o fisioterapeuta independente da área de atuação.
Qualquer dúvida ou sugestão encaminhe um e-mail para contato@flz4.com.br
Prof. Dr. Eduardo Filoni
