A eletroterapia como o tratamento por meio de correntes elétricas terapêuticas, ou seja, correntes elétricas que irão promover benefícios clínicos. As correntes induzidas ao tecido irão promover mudanças fisiológicas pela interação das cargas elétricas induzidas pelo aparelho e as cargas elétricas no tecido biológico. Os tecidos não são sensíveis apenas ao fluxo de corrente, mas também pela força (abertura e fechamento) – conhecida como diferença de potencial (ddf) e voltagem (volt).
O pulso elétrico contribui para a despolarização das fibras sensitivas e motoras e a carga elétrica no pulso (COULUMB) é definida como o número de elétrons que passam por segundo C= i x t
Algumas curiosidades precisam ser consideradas para favorecer essa despolarização das fibras sensitivas e motoras pelas correntes elétricas terapêuticas:
a) dois terços do peso corporal tem a água como composição e mais da metade dessa água é encontrada dentro da célula;
b) movimentos dos íons eletricamente carregados
c) movimentos de íons do corpo humano é mais lento de um circuito de elétrons convencional (aparelho eletrônico) e
d) as vias condutoras do corpo humano são extremamente pequenas comparadas com um circuito convencional.
O paciente faz parte do circuito!!! O circuito do aparelho é composto ventilação interna (importante para não superaquecer), bobinas (gerando onda magnética) e o transformador (corrente passa pelo transformador). O transformador isola o circuito da rede elétrica com o circuito do paciente.
Os tecidos biológicos podem ser considerados condutores ou resistores a corrente elétrica terapêutica.
Os átomos são constituídos de prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons são carregados positivamente, os elétrons são carregados negativamente e os nêutrons não possuem carga (são neutros). Os prótons e os nêutrons estão aglomerados no núcleo do átomo, com os elétrons orbitando ao seu redor. Prótons e elétrons são eletricamente equivalentes, de forma que números iguais de cada um produzem uma neutralidade elétrica global do átomo. Para transferir uma carga de um átomo para outro, são movimentados apenas os elétrons – prótons nunca são removidos do núcleo.
A subtração ou acréscimo de elétrons na órbita de um átomo cria um desequilíbrio elétrico, o que torna o átomo eletricamente carregado. Um átomo eletricamente carregado é conhecido como íon. Os íons com uma deficiência de elétrons (mais prótons do que elétrons) são carregados positivamente e conhecidos como cátions, ao passo que os íons com um excesso de elétrons (mais elétrons que prótons) são carregados negativamente e conhecido como ânions. Os íons de carga diferente se atraem mutuamente. Essa força de atração ou de repulsão é diretamente proporcional ao vigor das cargas nos dois íons e inversamente proporcional à distância entre eles. Isto faz com que os íons se aproximem os se afastem um dos outros, dependendo do vigor ou da direção (atração ou repulsão) da força. A força responsável pelo movimento dos íons é conhecida como voltagem. Enquanto a voltagem é a força responsável pelo movimento dos íons, o movimento real dos íons é conhecido como corrente. A corrente pode ser definida como “o movimento de partículas carregadas em um condutor em resposta a uma força elétrica aplicada”, com a força elétrica aplicada sendo a voltagem. A corrente é medida em ampère sendo igual a um coulomb de elétrons em movimentando-se além de um ponto definido em um segundo. Assim sendo, corrente e voltagem são proporcionais. Uma alta voltagem (com todos os outros fatores sendo iguais) produz um movimento de muitos íons, o que representa um alto nível de fluxo de corrente. No corpo, o fluxo de corrente é empreendido pelo movimento dos íons.
Como era de se esperar, porém, todas as considerações apenas raramente são iguais. Deve ser levado em conta o meio através do qual os íons se movimentam e se esse meio facilita ou inibe esse movimento. Os meios que facilitam o movimento são conhecidos como condutores. Os condutores biológicos são a água, o sangue e as soluções eletrolíticas, como a transpiração. Os meios que inibem os movimentos dos íons são conhecidos como resistores. Os resistores biológicos incluem pele, células adiposas e osso.
A relação entre voltagem, corrente e resistência do meio ao movimento dos íons é descrita pela lei de Ohm:
I = V/R
Onde I é a corrente, V é a voltagem e R é a resistência. A lei estabelece que a corrente (I) induzida em um condutor aumenta quando a força propulsora aplicada é aumentada (V torna-se maior) ou quando a oposição ao movimento dos íons é reduzida (R torna-se menor).
Espero que esse texto tenha contribuído. Caso tenha alguma dúvida encaminhe um e-mail para contato@flz4.com.br
Prof. Dr. Eduardo Filoni